Louvamos o SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
juntamente com o povo de Deus na diocese de Luz, na paróquia São Vicente Férrer e com os padres do SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS aqui presentes para lembrar a época da vinda dos primeiros dehonianos à cidade de Formiga – MG. Fez parte da experiência missionária da congregação dos padres do Sagrado Coração de Jesus.
Agradecendo a Deus pelo esforço e empenho dos primeiros padres missionários, vindos da Alemanha, e pedindo também pelos rumos que esta congregação dos padres dehonianos hoje assume. Que religiosos e padres de hoje saibam colocar-se como discípulos de Jesus Cristo e guiados pelo Espírito Santo, a fim de responder, com eficácia e não apenas eficiência, aos apelos de hoje.
A vinda dos padres dehonianos ao Sul do País está vinculada aos insistentes pedidos de um sacerdote, originário da Alemanha, monsenhor José Topp, então pároco em Florianópolis (SC). Esse pedido era secundado pelo desejo do próprio Padre Dehon. O espírito missionário do Padre Fundador e de sua Congregação fez aportar os primeiros dehonianos em Florianópolis, Santa Catarina, precisamente aos 15 de julho de 1903.
Louvado seja Deus por esse espírito missionário de Padre Dehon. Através dele os padres dehonianos chegaram também ao sudeste brasileiro para enriquecermos com o carisma dehoniano.
Aos 04 de outubro de 1904, dom Duarte Leopoldo e Silva, bispo de Curitiba, confiava à Congregação, as paróquias de Brusque - SC e São Bento do Sul - SC. Originalmente, o campo de apostolado dos padres foi junto às populações de imigrantes alemães e seus descendentes.
Quando o Brasil entrou na 1a. Guerra Mundial (1914-1918), os padres dehonianos tiveram que abandonar algumas paróquias. Diversos deles se dispersaram, ficando isolados. Depois da guerra, foram se reorganizando a ponto de, com o decorrer dos anos, assumirem novas frentes de trabalho até atingir os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Hoje, os novos desafios, exigem da Igreja uma reorganização de trabalhos e pastorais. Com coragem, queremos rezar para que toda a congregação dos padres dehonianos, esteja atenta aos sinais dos tempos e que todos os seus membros possam dar passos na reorganização do processo formativo para melhor preparar os candidatos, no empenho missionário, no assumir os seus projetos, no empenho dos cursos de filosofia e de teologia reconhecidos em Brusque-SC e Taubaté – SP, respectivamente, na melhor organização das obras sociais, etc.
Talvez hoje, Pe. José Philippe, superior geral em 1930, dirigiria suas palavras semelhantes as que dirigiu aos religiosos e padres dehonianos daquele ano, por ocasião da visita canônica ao Brasil, na época ainda pertencente à Província Alemã, mas já em vias de desmembramento:
“Em Corupá - SC vi a concretização de um desejo longamente acariciado. Nossa Congregação no Brasil vai ao encontro de novos e melhores tempos. Ela quer caminhar sozinha, na própria pátria. Tomar pé em terreno firme e ir adquirindo foros de cidadania. Como organização católica ela não está vinculada a país algum por isso, está em seu pleno direito, se num país novo como o Brasil ela forceja por conquistar também um lugar ao sol. Por mim só tenho de agradecer aos padres pelos progressos realizados.”
Senhor, pedimos pelas províncias dos padres do Sagrado Coração de Jesus, presentes no sul, sudeste e nordeste do Brasil, dai a todos os religiosos discernimento para identificar vossa vontade em todos os novos acontecimentos, sabedoria e coragem para deixar o que precisa ser deixado, assumir e fazer o que precisa ainda ser assumido e feito, no tempo certo e do jeito certo, e força e perseverança para não desanimarem no caminho.
E no dia 26 de novembro de 1922 chegaram a Formiga - MG os dois primeiros dehonianos: Pe. José Fidelis Fóxius (pároco de 22 a 24) e Pe. Vicente Schaffhausen, que assumiram, a pedido de Dom Manuel Nunes Coelho (Bispo do Aterrado hoje Luz), a Paróquia São Vicente Férrer, que naquela época abrangia vários distritos do município que atualmente são Cidades. Com estes dois homens iniciava uma presença que marcaria e marca ainda hoje a história da Cidade de Formiga. Dom Belchior, segundo bispo de luz, escreveu: “Formiga era uma cidade de espírito acanhado, para não dizer traumatizada, pois em tempos não distantes deixara de ser sede do Bispado por motivos pouco lisonjeiros”.
Os padres do Sagrado Coração de Jesus transformaram o ambiente paroquial, renovando a Paróquia num impulso de vida e religiosidade cristã, levando a este povo o carisma de Leão Dehon, aplicando-o na vida paroquial através da missa diária; adoração diária na matriz; as obras sociais da paróquia; os veículos de comunicação; o atendimento paroquial e outros aspectos.
Os filhos de Pe. Dehon assumiram a responsabilidade pastoral desta paróquia de São Vicente Férrer e a nós não nos faltam diretrizes seguras desde os primeiros Párocos Pe José Fóxius, Pe. Pedro Storms e Pe Remaclo Fóxius, passando pelos Padres Mauro Jungklaus, Inocêncio Warmling, Nicolau, Alírio Garcia, Cornélio Korovsky, Daniel Nascimento, Leonardo Hellman, Aloísio Hellman, Claudio Weber, Felipe Dalcegio, José Luis de Gouvêa, Pe. Aurélio Pereira e chegando até nosso atual pároco Marcelo Alves dos Reis. Com estes homens de Deus a frente da família paroquial, e outros denotados apóstolos, como Pe Clemente entre outros, que deixaram e deixam aqui traços marcantes de discípulos e missionários a serviço do povo desta paróquia.
Em 1930, por ocasião da visita canônica o superior geral, padre José Philippe, delineou os alicerces da futura Província Brasileira Meridional através de uma carta circular. Entre as obras que o superior geral mais insistiu foi o empenho pelas vocações sacerdotais por parte de cada padre e que o interesse pelas vocações ocupasse o primeiro lugar entre todas as atividades da paróquia. Vejamos algumas de suas palavras:
“As vocações devem ser a questão principal. Todos os Padres estão de acordo. Nós reconhecemos as tentativas até aqui feitas. É inútil levantar acusações contra o passado. Com ânimo, e cheios de confiança, olhemos para o futuro. Ninguém se omita.”
“Todo Padre seja um Apóstolo Agenciador de Vocações. Embora um Pastor de Almas tenha levado uma só Vocação de sua Paróquia até o Sacerdócio, o seu trabalho não terá sido em vão. Sim, desejo colocar as Vocações Sacerdotais em primeiro plano.”
Em 1932, o 10o Capítulo Geral da Congregação reunido em Louvaine, na França, aprovou a idéia de se fundar uma província no Sul do Brasil. Finalmente, após 31 anos da chegada dos primeiros dehonianos (e obtida a apreciação da Sé Apostólica), no dia 24 de abril de 1934, por decreto do superior geral, padre José Philippe, foi canonicamente erigida a Província Brasileira Meridional. O decreto foi promulgado no dia 25 de abril de 1934, na festa de São Marcos.
A Sede do provincialado ficava em Taubaté, no Convento Sagrado Coração de Jesus. Em 1942, por duas vezes, o provincial e seu conselho decidiram transferir-se para a paróquia São Judas Tadeu, em São Paulo, mas essas transferências não se concretizaram. O superior provincial dividia seu tempo de estada entre São Paulo e Taubaté. Em 1945, com a compra de um pequeno convento pertencente aos padres servitas, a sede provincial foi transferida para o Rio de Janeiro, àquela época capital federal. Depois, em 1963, foi transferida para São Paulo, à rua das Perobas. Com a desapropriação desse local pela Cia. Metropolitana, em 1973, o Provincialado foi transferido provisoriamente para a casa paroquial de São Judas Tadeu e, em 1978, para a Rua Barão de Cotegipe, local onde atualmente se encontra.